Universidade
do Estado da Bahia – UNEB
Departamento
de Educação – DEDC Campus I
Curso
de Pedagogia
Disciplina:
Referenciais Teóricos Met. do Ensino de Língua Portuguesa
Docente:
Rosemary Lapa
Discentes: Flávia
Lucas/Flávia Rayana/ Gigliolla Cruz/ Lariane Menezes
DO CONTO AO CORDEL E VERBO
Publico
Alvo: Alunos do 5º Ano do Ensino Fundamental
Tema: Do conto ao cordel
Objetivos:
·
conhecer o gênero cordel;
·
comparar o conto com cordel;
·
Perceber no texto a funcionalidade dos verbos
e adjetivos;
·
produzir um cordel a partir de contos de
fadas;
·
conhecer a técnica da xilogravura;
·
organizar um festival de cordéis.
Sequência
didática
·
Apresentação
e trabalho com a estrutura do gênero conto, tanto no aspecto formal,
quanto estílístico e linguístico.
·
Apresentação e trabalho com a estrutura do
gênero cordel, tanto no aspecto formal, quanto estílístico e linguístico.
·
Comparação dos gêneros conto e cordel,
notadamente no aspecto formal.
·
Transformação do gênero conto em cordel.
·
Produção dos livros de cordel.
·
Produção artesanal de xilogravuras
·
Exposição dos cordéis.
A Bela e a Fera
Adaptado dos contos dos irmãos Grimm
Há muitos anos, em uma terra distante, viviam um mercador e suas
três filhas. A mais jovem era a mais linda e carinhosa, por isso
era chamada de "BELA".
Um dia, o pai teve de viajar para longe a negócios. Reuniu as
suas filhas e disse:
— Não ficarei fora por muito tempo. Quando voltar,
trarei
presentes. O que vocês querem? - As irmãs de Bela pediram
presentes caros, enquanto ela permanecia quieta.
presentes. O que vocês querem? - As irmãs de Bela pediram
presentes caros, enquanto ela permanecia quieta.
O pai se voltou para ela, dizendo:
— E você, Bela, o que quer ganhar?
—uma rosa, querido pai, porque neste país elas não
crescem, respondeu Bela, abraçando-o forte.
crescem, respondeu Bela, abraçando-o forte.
O homem partiu, conclui os seus negócios, pôs-se na
estrada para
a volta. Tanta era a vontade de abraçar as filhas, que viajou por
muito tempo sem descansar. Estava muito cansado e faminto, quando,
a pouca distância de casa, foi surpreendido, em uma mata, por
furiosa tempestade, que lhe fez perder o caminho.
Desesperado, começou a vagar em busca de uma pousada, quando, de
repente, descobriu ao longe uma luz fraca. Com as forças que lhe
restavam dirigiu-se para aquela última esperança.
Chegou a um magnífico palácio, o qual tinha o portão aberto e
acolhedor. Bateu várias vezes, mas sem resposta. Então, decidiu
entrar para esquentar-se e esperar os donos da casa. O interior,
realmente, era suntuoso, ricamente iluminado e mobiliado de
maneira esquisita.
O velho mercador ficou defronte da lareira para enxugar-se e
percebeu que havia uma mesa para uma pessoa, com comida quente e
vinho delicioso.
Extenuado, sentou-se e começou a devorar tudo. Atraído depois
pela luz que saía de um quarto vizinho, foi para lá, encontrou uma
grande sala com uma cama acolhedora, onde o homem se esticou,
adormecendo logo. De manhã, acordando, encontrou vestimentas
limpas e uma refeição muito farta. Repousado e satisfeito, o pai
de Bela saiu do palácio, perguntando-se espantado por que não
havia encontrado nenhuma pessoa. Perto do portão viu uma roseira
com lindíssimas rosas e se lembrou da promessa feita a Bela. Parou
e colheu a mais perfumada flor. Ouviu, então, atrás de si um
rugido pavoroso e, voltando-se, viu um ser monstruoso que disse:
a volta. Tanta era a vontade de abraçar as filhas, que viajou por
muito tempo sem descansar. Estava muito cansado e faminto, quando,
a pouca distância de casa, foi surpreendido, em uma mata, por
furiosa tempestade, que lhe fez perder o caminho.
Desesperado, começou a vagar em busca de uma pousada, quando, de
repente, descobriu ao longe uma luz fraca. Com as forças que lhe
restavam dirigiu-se para aquela última esperança.
Chegou a um magnífico palácio, o qual tinha o portão aberto e
acolhedor. Bateu várias vezes, mas sem resposta. Então, decidiu
entrar para esquentar-se e esperar os donos da casa. O interior,
realmente, era suntuoso, ricamente iluminado e mobiliado de
maneira esquisita.
O velho mercador ficou defronte da lareira para enxugar-se e
percebeu que havia uma mesa para uma pessoa, com comida quente e
vinho delicioso.
Extenuado, sentou-se e começou a devorar tudo. Atraído depois
pela luz que saía de um quarto vizinho, foi para lá, encontrou uma
grande sala com uma cama acolhedora, onde o homem se esticou,
adormecendo logo. De manhã, acordando, encontrou vestimentas
limpas e uma refeição muito farta. Repousado e satisfeito, o pai
de Bela saiu do palácio, perguntando-se espantado por que não
havia encontrado nenhuma pessoa. Perto do portão viu uma roseira
com lindíssimas rosas e se lembrou da promessa feita a Bela. Parou
e colheu a mais perfumada flor. Ouviu, então, atrás de si um
rugido pavoroso e, voltando-se, viu um ser monstruoso que disse:
— É assim que pagas a minha hospitalidade, roubando
as
minhas rosas? Para castigar-te, sou obrigado a matar-te!
minhas rosas? Para castigar-te, sou obrigado a matar-te!
O mercador jogou-se de joelhos, suplicando-lhe para
ao menos
deixá-lo ir abraçar pela última vez as filhas. A fera lhe propôs,
então, uma troca: dentro de uma semana devia voltar ou ele ou uma
de suas filhas em seu lugar.
Apavorado e infeliz, o homem retornou para casa, jogando-se aos
pés das filhas e perguntando-lhes o que devia fazer. Bela
aproximou-se dele e lhe disse:
deixá-lo ir abraçar pela última vez as filhas. A fera lhe propôs,
então, uma troca: dentro de uma semana devia voltar ou ele ou uma
de suas filhas em seu lugar.
Apavorado e infeliz, o homem retornou para casa, jogando-se aos
pés das filhas e perguntando-lhes o que devia fazer. Bela
aproximou-se dele e lhe disse:
— Foi por minha causa que incorreste na ira do
monstro. É
justo que eu vá...
justo que eu vá...
De nada valeram os protestos do pai, Bela estava
decidida.
Passados os sete dias, partiu para o misterioso destino.
Passados os sete dias, partiu para o misterioso destino.
Chegada à morada do monstro encontrou tudo como lhe
havia
descrito o pai e também não conseguiu encontrar alma viva.
Pôs-se então a visitar o palácio e, qual não foi a sua surpresa,
quando, chegando a uma extraordinária porta, leu ali a inscrição
com caracteres dourados: "Apartamento de Bela".
Entrou e se encontrou em uma grande ala do palácio, luminosa e
esplêndida. Das janelas tinha uma encantadora vista do jardim.
Na hora do almoço, sentiu bater e se aproximou temerosa da porta.
Abriu-a com cautela e se encontrou ante de Fera. Amedrontada,
retornou e fugiu através das salas. Alcançada a última, percebeu
que fora seguida pelo monstro. Sentiu-se perdida e já ia implorar
piedade ao terrível ser, quando este, com um grunhido gentil e
suplicante lhe disse:
descrito o pai e também não conseguiu encontrar alma viva.
Pôs-se então a visitar o palácio e, qual não foi a sua surpresa,
quando, chegando a uma extraordinária porta, leu ali a inscrição
com caracteres dourados: "Apartamento de Bela".
Entrou e se encontrou em uma grande ala do palácio, luminosa e
esplêndida. Das janelas tinha uma encantadora vista do jardim.
Na hora do almoço, sentiu bater e se aproximou temerosa da porta.
Abriu-a com cautela e se encontrou ante de Fera. Amedrontada,
retornou e fugiu através das salas. Alcançada a última, percebeu
que fora seguida pelo monstro. Sentiu-se perdida e já ia implorar
piedade ao terrível ser, quando este, com um grunhido gentil e
suplicante lhe disse:
— Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpo;
mas não
sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te
agradável. Para o momento, queria pedir-te, se podes honrar-me
com tua presença no jantar.
sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te
agradável. Para o momento, queria pedir-te, se podes honrar-me
com tua presença no jantar.
Ainda apavorada, mas um pouco menos temerosa, bela
consentiu e ao
fim da tarde compreendeu que a fera não era assim malvada.
Passaram juntos muitas semanas e Bela cada dia se sentia
afeiçoada àquele estranho ser, que sabia revelar-se muito gentil,
culto e educado.
Uma tarde , a Fera levou Bela à parte e, timidamente, lhe disse:
fim da tarde compreendeu que a fera não era assim malvada.
Passaram juntos muitas semanas e Bela cada dia se sentia
afeiçoada àquele estranho ser, que sabia revelar-se muito gentil,
culto e educado.
Uma tarde , a Fera levou Bela à parte e, timidamente, lhe disse:
— Desde quando estás aqui a minha vida mudou.
Descobri que
me apaixonei por ti. Bela, queres casar-te comigo?
me apaixonei por ti. Bela, queres casar-te comigo?
A moça, pega de surpresa, não soube o que responder
e, para
ganhar tempo, disse:
ganhar tempo, disse:
— Para tomar uma decisão tão importante, quero
pedir
conselhos a meu pai que não vejo há muito tempo!
conselhos a meu pai que não vejo há muito tempo!
A Fera pensou um pouco, mas tanto era o amor que
tinha por ela
que, ao final, a deixou ir, fazendo-se prometer que após sete dias
voltaria.
Quando o pai viu Bela voltar, não acreditou nos próprios olhos,
pois a imaginava já devorada pelo monstro. Pulou-lhe ao pescoço e
a cobriu de beijos. Depois começaram a contar-se tudo que
acontecera e os dias passaram tão velozes que Bela não percebeu
que já haviam transcorridos bem mais de sete.
Uma noite, em sonhos, pensou ver a Fera morta perto da roseira.
Lembrou-se da promessa e correu desesperadamente ao palácio.
Perto da roseira encontrou a Fera que morria.
Então, Bela a abraçou forte, dizendo:
que, ao final, a deixou ir, fazendo-se prometer que após sete dias
voltaria.
Quando o pai viu Bela voltar, não acreditou nos próprios olhos,
pois a imaginava já devorada pelo monstro. Pulou-lhe ao pescoço e
a cobriu de beijos. Depois começaram a contar-se tudo que
acontecera e os dias passaram tão velozes que Bela não percebeu
que já haviam transcorridos bem mais de sete.
Uma noite, em sonhos, pensou ver a Fera morta perto da roseira.
Lembrou-se da promessa e correu desesperadamente ao palácio.
Perto da roseira encontrou a Fera que morria.
Então, Bela a abraçou forte, dizendo:
— Oh! Eu te suplico: não morras! Acreditava ter por
ti só
uma grande estima, mas como sofro, percebo que te amo.
uma grande estima, mas como sofro, percebo que te amo.
Com aquelas palavras a Fera abriu os olhos e soltou
um sorriso
radioso e diante de grande espanto de Bela começou a
transformar-se em um esplêndido jovem, o qual a olhou comovido e
disse:
radioso e diante de grande espanto de Bela começou a
transformar-se em um esplêndido jovem, o qual a olhou comovido e
disse:
— Um malvado encantamento me havia preso naquele
corpo
monstruoso. Somente fazendo uma moça apaixonar-se podia vencê-lo e
tu és a escolhida. Queres casar-te comigo agora?
monstruoso. Somente fazendo uma moça apaixonar-se podia vencê-lo e
tu és a escolhida. Queres casar-te comigo agora?
Bela não fez repetir o pedido e a partir de então
viveram felizes
e apaixonados.
e apaixonados.
Aula 1
Atividade 1: Conversando
sobre o conto
Quem sabe o que é um
conto? Ouvir e considerar as respostas dos estudantes e, caso seja
necessário, acrescentar as informações abaixo;
É uma obra de ficção que cria um universo de seres e
acontecimentos, de fantasia ou imaginação. Como todos os textos de ficção, o
conto apresenta um narrador, personagens, ponto de vista e enredo.
A leitura do conto A
bela e a Fera será feita pelos alunos, ou seja, um assumirá o papel de narrador
e os outros, os personagens.
Quem escreveu este
conto?
Vamos conhecer um
pouquinho desse autor?
Quais as características dos personagens
principais?
Nessa versão, o
mercador, pai de Bela tem três filha, vocês já ouviram outras versões em que
ele tivesse menos filhas? Quantas eram?
Mesmo com boas
intenções, o pai da Bela tomou uma atitude correta ao colher a rosa do jardim
da Fera? (levá-los a compreender, durante o diálogo que o pai da Bela tirou
algo que não lhe pertencia, sem pedir ao dono) Qual seria atitude correta a ser
tomada?
A Fera, mesmo
com razão, porque o pai da Bela tirou algo de seu jardim sem lhe pedir, tomou
uma atitude justa? Era necessário prendê-lo por isso? O que você faria se fosse
a Fera?
E com relação à
atitude da Bela? Ela fez certo em tomar o lugar do pai, tomando a punição por
algo que seu pai havia feito?
Se você fosse a
Fera, aceitaria o que a Bela fez?
Note que as
palavras Fera e Bela sempre aparecem no texto com inicial maiúscula. Por que
isso acontece?
Ler
o texto novamente perguntando:
·
Se eles encontraram alguma palavra
desconhecida no texto.
·
Já leram algum texto como esse
anteriormente? (o mesmo gênero)
·
Em que espaço ocorre a narrativa?
·
Em qual tempo ocorre a narrativa?
·
O que aproxima Bela de Fera?
·
Qual o momento de maior tensão na
narrativa?
·
Existe a caracterização das personagens
nessa história? Como é? Dê exemplos.
·
Por que a caracterização ocorre dessa
forma? Levante hipóteses.
Atividade 2:
Atividade
individual:
Fazer um levantamento prévio sobre o que
os alunos sabem sobre verbo, após ouvir tudo o que eles disserem, pedir que observemos
verbos no texto A Bela e a Fera, chamando atenção para as características dos
verbos (indicam tempo, situação de ação, estado ou fenômeno da natureza, sempre
concordam com o substantivo),na sequência , questionar: Em que momento eles dão
ideia de passado e quando dão ideia de presente? Por que, possivelmente isso
acontece? Em algum momento é possível perceber no tempo uma ação que ocorra no
futuro?
Trabalhar períodos do texto para
mostrar a diferença entre passado (perfeito e imperfeito) e presente.
Sei que tenho um aspecto horrível e me desculpo;
mas não sou mau e espero que a minha companhia, um dia, possa ser-te
agradável. Para o momento, queria pedir-te, se podes honrar-me
com tua presença no jantar.
agradável. Para o momento, queria pedir-te, se podes honrar-me
com tua presença no jantar.
Perto do portão viu uma roseira com
lindíssimas rosas e se lembrou da promessa feita a Bela.
ü
Os
verbos no passado dão sempre a mesma ideia?
ü
Nesses
trechos, os verbos dão ideia de passado, mas as ações no passado se comportam
da mesma maneira?
Oh! Eu te suplico: não morras! Acreditava ter
por ti só uma grande estima, mas como sofro, percebo
que te amo.
ü
Os
verbos no presente dão sempre a mesma ideia?
ü
Nesse
trecho, os verbos dão ideia de presente, mas as ações no presente se comportam
da mesma maneira? (Sim. Sempre a mesma ideia! A frase “não morras” está no modo
imperativo, enquanto os outros verbos estão no indicativo)
Em
seguida:
Construir em conjunto com a turma uma definição para essa
classe gramatical e seus tempos verbais.
Montar no quadro, a tabela cujas colunas devem ser os tempos que
apareceram predominantemente no texto trabalhado.
Após todos os verbos estarem na tabela, é hora de treinar sua flexão,
mantendo a pessoa verbal.
PRESENTE
|
PASSADO
|
Quero, sofro, percebo,
suplico.
|
Queria, sofria, percebia, supliquei.
|
Vivo, é, há, muda.
|
Vivia, era, havia, mudou.
|
Pedir
que os alunos façam a reescrita do texto com um final que eles acharem mais adequado, interessante
para depois entre si trocarem e cada um poder ver a reescrita do outro.
Aula 2
Atividade
1
Fazer um levantamento do conhecimento prévio dos
alunos sobre o gênero cordel com as seguintes perguntas:
1. Você
já ouviu falar em Cordel?
2.
Se já ouviu falar, o que sabe sobre o assunto?
3.
Levar cordéis para a sala de aula para que os
alunos leiam.
Atividade
2
Levar os alunos para o laboratório de informática e pedir que em dupla
façam uma pesquisa com as seguintes questões:
§
Quando surgiu o
Cordel?(Local, contexto, etc.).
§
Quais são os assuntos
presentes nos cordéis?
§
Quais são suas
características?
§
Como é chamado modo
como se fazem os textos imagéticos
presentes nos cordéis? Qual sua importância para os cordéis?
§
Como as xilogravuras são
feitas?
Os alunos deverão anotar
nos cadernos as informações encontradas durante as buscas e, caso encontrem alguma
outra informação relevante além das indicadas, também poderão anotar e trazer para
a aula seguinte.
Para as
buscas deverão principalmente acessar os sites indicados abaixo ou acessar o Google
e pesquisar a palavra “cordel” ou “literatura de cordel”, onde encontrarão diversos
sites:
o http://www.significados.com.br/cordel/;
o http://www.cecordel.com.br/infantis.html;
o http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/como-surgiu-literatura-cordel-683552.shtml;
o http://www.carnaxe.com.br/cronicas/literaturadecordel_comoe_comofazer.htm.
AULA 3
Atividade
1
Em sala de aula, conversar com os alunos sobre pesquisa feita por eles, ressaltando a importância do
cordel na cultura popular. Nesse momento,
todos os alunos exporão oralmente as questões pesquisadas, emitindo suas
opiniões sobre a literatura de cordel (se gostaram ou não).
ü Durante a conversa com os alunos, caso seja necessário,
contar para a turma sobre a origem do cordel, o porquê do nome, seu
desenvolvimento no Brasil, o preconceito que pesou sobre o gênero no passado,
sua valorização nos dias de hoje, etc.
Atividade 2
ü
Juntamente com os alunos e a partir das
informações obtidas por eles com a pesquisa, construir um quadro contendo as principais
características do gênero e que serão
utilizadas posteriormente por eles na produção de seus cordéis . No quadro
deverá conter as características essenciais de cordel: a estrutura (sextilha, setilha,
oitava, decima); as rimas; texto imagético (contextualizado) e a forma de
exposição (pendurados em cordas). Aproveitaremos esta atividade para retomar a
estrutura do conto e fazer comparação, ressaltando os pontos convergentes.
AULA 4
“Bem no meio da Caantiga
E não falo do “fedô”!
Pois entendam que esse nome
(Seu menino, seu “dotô”)
é dado à vegetação
que cresce lá no Sertão
onde a história se “passô”
E foi em Serra Talhada
Num canto desse Sertão
Que nasceu um cangaceiro
O seu nome: Lampião
Para uns muito malvado
Para outros um irmão
Ele era muito brabo
Tinha muita atitude
Alguns dizem, hoje em dia
Que ele era o Robin Hood
Roubava do povo rico
Dava a quem só tinha um tico
De dinheiro e de saúde
Ou talvez fosse um pirata
Mas não navegava não
Ele tinha um olho só
Também era Capitão
Comandava o seu bando
Com muita satisfação
O cabra era tão raivoso
Que se um pedacinho entrava
De comida entre os dentes
E muito lhe incomodava
Ele pegava um facão
E fazia uma extração
Que nem o dente sobrava!
E esse homem tão temido
Também tinha sentimento!
Um dia se apaixonou
E pediu em casamento
A tal Maria Bonita
Que lhe deu consentimento
Ela também era braba
E andava no seu bando
Demonstrou que a mulher
Também tem força lutando
e seguiu o seu marido
mundo afora, caminhando
Entre uma batalha e outra
Lampião se divertia
Gostava duma sanfona
E dançava com Maria
Seu bando fazia festa
Até o raiar do dia
Ele dançava forró
Xaxado e também baião
Gostava era das cantigas
Das noites de São João
Numa noite de Luar
Bem cansado de fugir
Da polícia que jamais
Cansou de lhe perseguir
Lampião olhou pro céu
Cantou antes de dormir:
“Olha por Céu meu Amor.
Vê como ele está lindo…
Olha pra aquele balão multicor
Que lá no céu vai sumindo…”
E assim adormeceu
Junto da sua Maria
A polícia os encontrou
Logo cedo no outro dia
Foi cantando uma cantiga
Sobre o céu do seu rincão
Que se despediu da vida
O temido Lampião
Que faz parte da história
e hoje vive na memória
de quem é da região
E é cantando esta canção
que eu encerro a poesia
de uma história que falou
de tristeza e alegria
vamos continuar no xote
me despeço com o mote:
Adeus, até outro dia.
Atividade 1:
Levantar
os seguintes questionamentos/ debate:
ü
Vocês
conhecem a historia de Lampião e Maria Bonita?
ü
Como a autora apresenta Lampião e Maria Bonita?
ü
Para o povo, conforme a autora, o que eles faziam era errado?
ü
O que você acha das
atitudes deles?
ü
Eles teriam outras
formas para fazer o bem sem serem perseguidos pela policía? Quais?
ü
Este
cordel apresenta algumas palavras que mostram a forma como algumas pessoas
falam (variações linguísticas), quais delas vocês conseguiram identificar? (fedô, dotô, passo, brabo...)
ü
Que outro
final você daria para este cordel?
Na estrofe abaixo, podemos perceber como as
pessoas achavam que Lampião era:
E foi em Serra Talhada
Num canto desse Sertão
Que nasceu um cangaceiro
O seu nome: Lampião
Para uns muito malvado
Para outros um irmão
ü Releiam o texto
buscando nele algumas pistas sobre como eram Lampião e Maria Bonita.
ü Quais outras
características vocês dariam aos personagens?
v Solicitar que os
alunos reescrevam o texto suprimindo as palavras que caracterizam os
personagens, de forma que percebam a funcionalidade dos adjetivos no texto, depois
refletiremos sobre:
ü Quais diferenças
vocês perceberam entre os dois textos?
ü Qual a
importância dos adjetivos para o funcionamento do texto?
Transformando cordel em conto
Atividade 1
ü
Fazer uma rápida revisão do que é conto e cordel
com os alunos.
ü
Explicar para eles que nós podemos transformar
um gênero textual em outro.
ü
Explicar para eles que às vezes uma história
pode ter diferentes finais.
ü
Mostrar para eles a história da Bela e a Fera
contada em Cordel.
A Bela e
a Fera em cordel
(autoria própria do grupo)
(autoria própria do grupo)
Aconticeu lá na França
Qui é longe de vredadi
Tinha um comeciante
Qui vivia fazeno viagi
Até que um belo dia
Uma linda rosa ele viu
E foi ai que a confusão começou viu?
E foi ai que a confusão começou viu?
Nosso amigo comeciante
Tinha uma fia muito amada
Seu nomi era Bela
Dorce, meiga e muito cobiçada
Mas a linda rosa tinha dono
E ele ficô muito brabo, fazeno do comeciante
seu mais novo escravo
“Predão sinhô era pra minha fia”
O comeciante lhe falô,
“Mas me dexe dizer adeus a Bela, ela é
tudo o qui mim restô”
tudo o qui mim restô”
Quando foi se dispedir, contô o que aconticeu
E sua fia de seu pai
Logo se compadiceu
Meu pai vô no seu lugar” e assim aconticeu.
E
tinha tombém o Gaston
Que
era muito apaixonado
Mas
a menina Bela
Não
lhe dava papo furado
Tinha
muito nojo dele
Que
se achava o bonzão
Os
dias foram passando
E
a Bela conhicendo
Mais
do castelo e de seus serventes
Que
tentavam lhe agradá
Pois
sabiam que somenti a Bela podia
Já
que lhe amoliceu o coração
Quebrar
o feitiço da Fera e de seus empregados
E
a fera mal humorada
Descobriu
o sentirmento
Ele
estava apaixonardo
E
pra ele isso era um tormento
Porque
era a Fera
E
a dama uma simplismente Bela
No
começo foi estranho
Muita
briga e confusão,
Mas
depois se entenderam
E
a Bela precebeu
Que
dentro daquela capa feia
Tinha
um lindo sentirmento
Mas
um belo dia
O
pai da nossa Bela
Disse
para todos que
Ela
era prisiorneira da fera
Pouca
gente acreditô
Mas
foi aí que Gastão pensô....
“A
Bela estando em perigo,
Se
eu lhe sarvar
Ela
vai me aceitar como marido...”
E
então amedrontou muita gente da cidade
A
fera precebeu que a Bela andava triste
E
a deixô partir para que seu pai ela virsse
Mas
antes de sair ela lhe fez uma promessa
“volto
em algumas horas” E saiu sorrindo depressa
Se
tivesse prestardo atenção teria visto que surgia
Uma
grande lágrima no rosto de sua Fera
Ah
que filicidadi,
Quando
a Bela viu seu pai
Muitos
abraços pra martá a sardade
E
a Bela logo soube que Gastão planejava uma mardade
Quando
seu pai lhe contô
Pro
castelo da Fera a Bela logo correu
Queria
salvar seu amigo
Daquele
povo que não lhe compreendeu
Quando
a Bela chegou o castelo tinha sido tomado..
Atividade 2
ü
Perguntar para as crianças se elas sentiram
diferença entre a história em forma de conto e em forma de cordel.
ü
Mostrar no quadro construído com as estruturas
do conto e para que as crianças semelhanças e diferenças.
ü
Pedir para que as crianças identifiquem os
“erros ortográficos” e juntamente com eles fazer uma reescrita do texto.
ü
Pedir para que as crianças, por escrito, deem um
final para o cordel.
ü
Pedir que as crianças, em grupos de quatro,
transformem um conto que gostem em cordel (serão disponibilizados os contos que
eles escolherem e várias versões de cordéis para que eles possam tomar como
exemplo).
ü
Pedir que fiquem em círculo e depois leiam seus
cordéis para os outros colegas.
Aula 7
Com os
textos dos cordéis prontos, inicia-se o processo de confecção dos livros.
·
Cada grupo deverá fazer uma produção de texto
imagético que dialogue com o texto escrito estes serão transformados em
xilogravura (iso-gravura) e servirão
como capa para os livros.
·
Confecção
das xilogravuras: Os alunos deverão recortar as abas de bandejas de isopor
( de frios de supermercados). Poderão desenhar ou decalcar os desenhos já
feitos no papel sobre as bases das bandejas(este processo formará sulcos no
isopor). Em seguida com a ponta do lápis ou de um palito deverão aumentar o
sulcos, porém sem furar o isopor. Após o término do desenho deverão passar a
tinta no isopor com um rolinho de espuma para pintura e depois pressionar o
desenho sobre o papel. Podendo usar um rolo de macarrão ou uma garrafa e passar
por cima do molde para imprimir melhor do desenho no papel.
ü
Confeccionar os livrinhos de cordel.
ü
Como culminância será realizada uma exposição
dos cordéis na qual os alunos apresentarão para as outras turmas seus
trabalhos.
A árvore de dinheiro. Disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=2p7g MAPwcaU&index=1&list=PLTCoz 05H11m
JeOyUMSD98vwYESvDMCYOD. Acesso:10/06/14.
Cordel Lampião lá no sertão. Disponível em:
marianebigio.com/2014/05/08/lampiao-la-do-sertao/
Acesso:10/06/14.
Xilogravuras. Disponível em: http://4.bp.blogspot.com/_9YblIe5FGE0/
TTMbXjzsItI/
AAAAAAAAJM4/mNtFJH12MJU/s1600/xilogravuras_guia_folclore%2B2-773292. jpg. Acesso em: 09/06/14.
Adorei a sua sequência didática! Parabéns!
ResponderExcluirObrigada, aprendi como fazer uma sequência didática
ResponderExcluir