POEMA E SÍLABAS

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO-CAMPUS I – Curso de Pedagogia
DISCIPLINA: RTM - ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
DOCENTE: Rosemary Lapa de Oliveira
DISCENTE: Eric Heleno E Juliana Arouca

POEMA E SÍLABAS

NÍVEL ESCOLAR: 4º. ANO (FUNDAMENTAL 1)

PERÍODO APROXIMADO: 3 DIAS

GÊNERO TEXTUAL: POEMA - A LÍNGUA DO NHEM

ASPECTO GRAMATICAL A TRABALHAR: ENCONTROS CONSONANTAIS; SEPARAÇÃO DE SÍLABAS

OUTROS CONTEÚDOS: ONOMATOPÉIA; IDOSOS; A POETA (AUTORA)

OBJETIVOS:

GERAIS:

·         Perceber que a poesia é composta de rima, métrica, verso e estrofe.
·         Ampliar a competência comunicativa dos alunos.
·         Conhecer o gênero poema como forma de acessar práticas de linguagens novas para melhor dominar o gênero de texto em questão.

ESPECÍFICOS:

O que o aluno poderá aprender com esta aula

·         (Re)Conhecer o conceito de consoantes.
·         Identificar encontros consonantais nas palavras.
·         Separar as sílabas das palavras que contenham encontros consonantais, percebendo que estes encontros podem ser separados de duas maneiras diferentes.
·         Estimular a prática de leitura de poesias.
·         Favorecer o desenvolvimento da criatividade, sensibilidade e imaginação através da leitura do texto poético.
·         Refletir, debater e criar significados sobre assuntos sociais e culturais pertinentes ao texto do poema já que este aborda centralmente a presença de uma pessoa idosa.

ÁREA DE CONHECIMENTO: Português/ Ciências Sociais/ Artes

1º. Dia

1°. Momento (Leitura e Oralidade)
·         O professor vai iniciar uma roda de conversa com a turma, perguntando aos alunos se eles sabem o que é poesia, se conhecem alguma; sendo bom que se desenrole troca de informações e relatos entre eles.
·         Em seguida, o professor fará a leitura do poema ‘A Língua do Nhem’ de Cecília Meireles, com ritmo e entonação.
·         Depois da leitura, usando como apoio as definições no Anexo II, mediar o conhecimento dos estudantes sobre as características do gênero poema:
ü  Como é a leitura de uma poesia? Pode ser igual à leitura de outros textos?
ü  Vocês percebem um ritmo e entonação?
·         Então faz a distribuição e leitura do poema ‘A Língua do Nhem’ de Cecília Meireles e pede que leiam, um de cada vez ou na forma de jogral, com ritmo e entonação.

2º. Momento (Oralidade, Análise Linguística, Interpretação de Texto)
·         Roda de conversa sobre o que acontece na história contada no texto, através das perguntas disparadoras:
ü  A velhinha, personagem principal do poema andava aborrecida com o quê?
ü  Por que, possivelmente, isso lhe causava aborrecimento?
ü  Que forma ela encontrou para aliviar seu aborrecimento?
ü  O que causou a alegria da velhinha? Por quê?
·         Após algum tempo, suficiente para ouvir os alunos explorarem possíveis interpretações e fazerem debate, o professor vai perguntar sobre a realidade das condições de vida dos idosos. As perguntas iniciais podem ser:

ü  Como era a velhinha?
ü  Por que ela era assim?
ü  Sabem o que significa a palavra “idoso/idosa”?
ü  Como são os idosos que vocês conhecem?
ü  Existem idosos que convivem com vocês?
ü  Com quem a velhinha da história se relaciona? Por quê?
ü  Os idosos são maltratados? Por que isso acontece?
ü  Quais animais estão presentes na poesia?

·         O professor poderá fazer breves indicações de classificações dos animais entre domésticos e silvestres e mencionar que todos os animais também devem ser bem tratados, mas o estudo sobre os animais acontecerá em outra ocasião.
·         Perguntar se os estudantes conhecem pessoas idosas e pedir que digam como eles se comportam, comparando com a velhinha do poema.
·         Sugerir que eles pensem uma situação que tire a velhinha de Cecília Meirelles do aborrecimento. O que eles podem fazer a respeito?

PRODUÇÃO INICIAL

3º. Momento (produção de texto imagético)
·         Represente o texto por meio de desenho. Distribuição de papel e material de desenho. Vale a ilustração da velhinha, da casa dela, da paisagem e dos animais, mas os alunos precisam se sentir livres para se expressar.
·         Cada aluno apresentará sua produção fazendo seus destaques e entrega para o professor que fará um painel na parede da sala ou do corredor.

2º. Dia

4º. Momento (Estudando o Assunto)
·         Ainda há assuntos sobre o gênero ‘poesia’ à serem debatidos. O momento agora é reservado para reconhecer a finalidade do gênero textual em questão:
ü  Para que um poema é escrito? O que ele nos leva a pensar? (público a que se destina – leitor real)
ü  Onde é mais comum encontrarmos poemas? Por que será que isso acontece? (meio de circulação, suporte)
ü  O que faz um autor, uma autora escolher escreveru uma poema?
ü  Ao ler o poema, você imagina que a autora estava pensando em que leitor? Como você chegou a essa conclusão? (a linguagem de um texto aos interlocutores e a formalidade do contexto a qual se destina).

5º. Momento (Organização do Gênero Estudado)

·         Vamos investigar as partes que podem ser separadas na estrutura do gênero que foi estudado. Analisar o título da poesia. A conversa pode ser guiada por perguntas como:

ü  O que é que pode significar o título da poesia?
ü  O que é que a palavra “língua” significa neste caso?
ü  Quais línguas vocês já ouviram falar?
ü  A língua do Nhem existe?

·         Mencionar que estudaremos em um momento mais pra frente, um conceito chamado “onomatopeia”, indicando o caso do Nhem – será no momento de trabalhar o conceito gramatical reservado para esta sequência, já mencionado anteriormente.


3º. Dia


6º. Momento (Aspectos Gramaticais)

·         Encontros Consonantais. Os alunos dessa turma já conhecem o conceito de Consoante. E os encontros consonantais? Vamos identificar esses aspectos nas palavras encontradas na poesia! Estratégias e recursos da aula: a turma será dividida em duplas; dê para cada dupla uma folha com a poesia “A Língua do Nhem” de Cecília Meireles.

·         Proponha que leiam a poesia e percebam a ocorrência de palavras que possuam duas consoantes seguidas que tenham sons diferentes, marcando com a cor azul e as que têm sons semelhantes, na cor vermelha – na mesma sílaba ou em sílabas separadas.

·         Nesse momento é importante relembrar a ideia de letra e fonema. Professor, escreva as palavras apresentadas no quadro, destacando os encontros. Depois de todas as apresentações, o professor terá registrado no quadro alguns exemplos de palavras com encontros consonantais e dígrafos. Levar os estudantes a pensarem a língua:

·         Nas duas colunas, encontramos palavras que têm consoantes escritas juntas. Agora vamos separar as que formam um só som e as que formam dois sons. Na gramática, chamamos de encontro consonantal, ou seja, o encontro entre consoantes, quando elas apresentam seus sons separados: alguém; estava; resmungando; dormia escutando; principiou; cabra; aprenderam; abria; respondia. Vamos ver quando eles podem ser separados ou não? Escrevam as palavras separando as sílabas e conclua: que letra força as letras ficarem juntas? (R) Que letra força uma separação? (S, L, R)

·         Vamos, agora, pensar as palavras que a Gramática chama de dígrafo (di=dois; grafo=escrita), pois apresentam consoantes que aparecem juntas e que formam um único som, ou seja, não ouvimos cada um dos sons da letrinha: velhinha; aborrecida; sozinha; nhem; cozinha; gatinho; acompanhava; cachorro; vizinha; galinha; companhia; lhe. Que consoante mais provoca dígrafo? (H). Por que será que palvras com dígrafo h aparecem tanto no texto? (para formar as rimas com velhinha)

·         Veja que algumas palavras têm vogal e m ou n depois. Só que, quando isso acontece, não há encontro consonantal, pois acontece um dígrafo entre a vogal e a consoante n/m. Vamos prestar atenção nisso, dizendo a vogal na palavra e fora da palavra e percebendo a diferença: resmungando/ U; escutando/ A; principiou/ I; aprenderam/ E /A; respondia/ O. Vamos encontrar mais dígrafos como esse no texto? Vamos comparar com palavras que não tenham o N ou M?

·         Agora vamos registrar no caderno as nossas descobertas. A professora vai sistematizando juntamente com os estudantes e eles registram em seus cadernos as informações que coheram, deixando espaço para ampliar essa informação quando necessário.

7º. Momento (Hora da Brincadeira)

·         A brincadeira irá se chamar “Pescando Encontros Consonantais Pela Escola”. Com a turma dividida em grupos (duplas, trios ou quartetos), deixar que rodem pela escola com papel e caneta, anotando numa tabela: de um lado as palavras que encontrarem que contenham encontros consonantais; de outro as palvras com dígrafos e, no meio, as que têm os dois.
·         Depois de 05 minutos, os grupos voltam e trazem mais ocorrências que serão usadas para sistematizar e ampliar os conhecimentos sobre dígrafos e encontros consonantais já feitos.


PRODUÇÃO FINAL

8º. Momento (Registros e Desdobramentos)

·         Ao final, pedir que façam um relatório contando o que aprenderam neste dia, o que significa esta aprendizagem e que atividades fizeram parte dessa aula.


ANEXO I

A Língua de Nhem
Cecília Meireles – encontrado em http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_infantil/cecilia_meireles.html acessado em 05/07/2014

Havia uma velhinha
que andava aborrecida
pois dava a sua vida
para falar com alguém.
E estava sempre em casa
a boa velhinha
resmungando sozinha:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
O gato que dormia
no canto da cozinha
escutando a velhinha,
principiou também
a miar nessa língua
e se ela resmungava,
o gatinho a acompanhava:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
Depois veio o cachorro
da casa da vizinha,
pato, cabra e galinha
de cá, de lá, de além,
e todos aprenderam
a falar noite e dia
naquela melodia
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...
De modo que a velhinha
que muito padecia
por não ter companhia
nem falar com ninguém,
ficou toda contente,
pois mal a boca abria
tudo lhe respondia:
nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...


ANEXO II

POEMA E POESIA
poesia é uma forma diferente de escrever sobre os sentimentos e emoções. É diferente porque para fazer uma poesia, não basta só escrever o que pensa, o importante é combinar as palavras.
Quem escreve poesias é o poeta e não basta apenas ter criatividade, tem que estar atento à riqueza da linguagem e os aspectos gramaticais. Por isso, alguns dizem que o poeta é o mestre em lapidar as palavras.
Toda poesia é formada por versos, que são linhas de um poema. Eles têm que ter efeitos sonoros, além de apresentar unidade que tenham sentido.
Os versos estão organizados em grupos chamados de estrofes, que por sua vez são formados pela mesma métrica, ou seja, pelo mesmo conjunto de regras que dirigem a medida, o ritmo e a organização do verso, da estrofe e do poema como um todo.
Veja um trecho da música Ursinho Pimpão, que é uma poesia que virou música:
Vem meu ursinho querido
Meu companheirinho
Ursinho Pimpão
Vamos sonhar aventuras
Voar nas alturas
Da imaginação
Agora é com você: quais são os versos e as estrofes desse poema?
Continuando... As rimas são fundamentais em uma poesia. Você já deve ter ouvido falar nelas, pois aparecem nos sons finais, que são iguais em duas palavras, como por exemplo,  asa, casa ou em Ana bacana.
Outro elemento importante dos versos é o ritmo que é a sucessão de tempos fortes e fracos que se alternam com intervalos regulares em uma estrofe. Ele é estabelecido pela entonação de sílabas fortes e fracas ao longo da poesia.
Veja como os versos podem se organizar:

Posição na estrofe:

 Cruzada ou alternada: o primeiro verso rima com o terceiro, e o segundo com o quarto:
Interpolada: o primeiro verso rima com o quarto, e o segundo com o terceiro:
Quanto à tonicidade
Agudas: quando rimam palavras oxítonas ou monossilábicas: a/mor e com/por; a/mém e Be/lém.
Graves: quando rimam palavras paroxítonas: an/ta e man/ta; qui/os/que e bos/que.
Esdrúxulas: quando rimam palavras proparoxítonas: má/gi/co e trá/gi/co; li/ri/co e o/ní/ri/co.
Quanto à sonoridade
Perfeitas: há uma perfeita identidade dos sons finais: festa e manifesta - cedo e medo.
Imperfeitas: quando não há uma perfeita identidade dos sons finais - céu e breu; sais e paz.
Consoantes: quando há os mesmos sons a partir da última tônica - perto e incerto; dezenas e apenas.
Toantes: quando só há identidade com a vogal tônica do verso - terra e pedra; vela e terra.
Quanto ao valor
Pobres: quando rimam palavras da mesma classe gramatical - amor e flor; meu e teu.
Ricas: quando rimam palavras de classes gramaticais diferentes - festa e manifesta; cedo e medo.




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